Tu é que votaste neles, mascara-te
Quando deixamos de pensar, quando achamos normal andarmos na rua, ao ar livre, com um pano sobre o rosto, quando não só queremos andar com o nariz e a boca tapados, como acusamos, apontamos o dedo a quem não o faz; a culpa não é do Costa, nem da geringonça, é nossa.
Que tipo de pessoa sou?
Eu sou do tipo anarca, não cumpro regras estúpidas, não ando de máscara na rua e delicio-me a ouvir diálogos como este (hoje, cerca das 11h00, enquanto passeava a criança):
"Então? não pões a máscara"
"Não, tu é que votaste neles, mascara-te"
(dois senhores, um mais que outro, como se percebe pelo diálogo, um de cada lado da rua, distância de segurança assegurada)
A máscara como disfarce, a máscara como tapa vergonhas.
Quem não deve não teme.
Quem não deve e não teme, caminha pela rua, respirando ar puro, de rosto erguido e descoberto.