Hugo, Milo, Peter e o Mosquito

Noutros tempos não havia "tempo" para comprar livros aos quadradinhos ou livros de cowboys. O tempo era contado (como o blog de Rentes de Carvalho) ainda assim dava para comprar "O Mosquito".
Foi n' "O Mosquito" que conheci autores como Pratt.

Nesta edição, n° 12, V série, Janeiro de 1986 [200$00] Manara escreve sobre Pratt:
"Podemos considerar Hugo Pratt uma espécie de Peter PAN, que engordou, envelheceu e que continua a sentir-se fascinado pelos mitos da sua juventude"
Não concordo com Manara, considero que Hugo continuou a voar e a fazer-nos voar até ao fim, até à última gaivota que desenhou, até à última palavra que escreveu.

A mestria de Pratt com as palavras é fascinante: "Passaram algumas horas mas a calmaria continuava. O Gladwin estava imóvel como um veleiro pintado num quadro". Já do traço, do desenho não podemos dizer o mesmo, Duke Crown podia ser Corto Malteses se tivesse um boné de marinheiro. Hugo desenha de forma simples, o que nem sempre é fácil e foca-se no texto, na mensagem, numa forma poética de transmitir ideias.
