Pedanlando
Parecem livros sobre ciclismo ou sobre ciclistas mas nem todos o são.
Um deles é um exercício de auto-elogio dum fulano chamado Jorge Sequeira, ex-candidato a Presidente da República, uma espécie de Tino de Rans mas doutorado (diz ele) em Treino Mental e Superação Pessoal.
Escreve o próprio sobre a sua obra (pp. 23-24):
"O espartilho da prosa revelou-se frequentemente incapaz de transmitir o que sentia, implorei ao suspiro da alma para me ajudar com a poesia."
"Enfim, tentei refinar sem despachar, espreitando a vanguarda através das melhores práticas e da visão do futuro, desenhando novos conceitos como a "sonhalidade", a "criativação" ou a "motivacidade".
"Se é bom ou mau, só quem o ler poderá avaliar".
É mau, Jorge, é muito mau.
Uma mistura de Dale Carnegie com Gustavo Santos.
Vou passar para o último "ensinamento" do livro (p. 197):
"Sabe, Jorge, o que segura o boi não é a cerca, é o pasto!".
A frase acima foi proferida por uma "simpática senhora com um sotaque brasileiro absolutamente delicioso ".
A simpática senhora referia-se ao marido, ao boi.
Qual o ensinamento que retiraste desta história, Jorge?
A palavra que intitula este texto foi um conceito desenhado por mim (eu, também, não me fico) uma mistura de pedante com pedalando, um pedante a pedalar ou a dar ao pedal se preferirem.
Mal empregadas árvores que se abatem para produzir livros como este.