Sampaio, o bom, o mau e o feio
O BOM:
Plena campanha eleitoral.
Máquinas partidárias afinadas, visita aqui, visita ali, bandeiras que se agitam, pais com o riso de depois de almoço, mães eufóricas. Uma delas, levanta, histericamente, o bebé, terá uns dez meses, "beije-o, beije-o" grita, como que possuída.
"Deixe-o crescer, ele depois, beijará quem quiser" diz-lhe Jorge Sampaio.
O MAU:
4 de Julho de 2004, parte da manhã, está triste, infeliz, com um lágrima no canto do olho na Igreja da Graça, em Lisboa, Sophia, jaz morta e arrefece.
4 de Julho de 2004, parte da tarde, está eufórico, dá pinotes, sorri de orelha a orelha, a selecção nacional de futebol vai entrar em campo para esmagar os gregos.
Fomos nós (e Sampaio) os esmagados, como poetou Sophia n' Os Gregos:
foram eles que "na verdura sussurrada do" relvado, conseguiram "o oiro erecto".
O FEIO:
A decisão política de demitir um governo com maioria parlamentar.
Foi Sampaio que "criou" Sócrates.
Jorge Sampaio, faleceu no dia 10 de Agosto de 2021 que a terra lhe seja leve.