No dia oito recebi flores.
"É o dia da mulher, gosto muito de ti. És a minha paixão, é contigo que quero estar".
Ele fez sexo, eu amor.
Foi na sexta-feira.
Depois veio um fim-de-semana como todos os outros.
A mãe dos filhos, a mulher por quem não sente nada, com quem vive, com quem dorme, comigo está sempre acordado, acordado demais, nunca dormimos, nunca acordámos juntos.
Foi fim-de-semana de eleições, mais uma desculpa para ter de estar com a família, para ter de estar em casa.
Estou só, dentro da minha solidão.
As flores que nunca devia ter recebido estão no lixo, junto com esta relação em que nada recebi, só dei.
Nunca me senti mulher.
Olhando para trás, sempre me senti usada.
CHEGA!